Seas e Pro Paz abordam a violência sexual em escolas estaduais de Icoaraci
(Agência Pará de Notícias)
Em continuidade à programação iniciada pelo Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, nesta sexta-feira (17) alunos das escolas estaduais Palmira Gabriel e Izabel dos Santos Dias, no distrito de Icoaraci, em Belém, receberam a visita de técnicos da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e do Programa Pro Paz. Reunidos em um auditório, os alunos assistiram a palestras sobre violência e suas diversas consequências – desde o dano emocional até a contaminação por Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), principalmente a Aids.
“Há diversos tipos de violência”, destacou a assistente social da Seas, Solange Marques. “Agressão física, psicológica, verbal e sexual, negligenciar cuidados e cometer bullying são modos de violentar alguém”, reiterou. Acompanhando os slides apresentados, o tema foi exposto de forma didática e acessível pelos palestrantes. “A violência física é evidente, deixa a pele marcada, com hematomas. A psicológica é uma agressão que não deixa marcas visíveis, mas emocionalmente deixa cicatrizes, também. É quando a pessoa sofre rejeição, discriminação, humilhação, desrespeito”, explicou Solange Marques, que questionou sobre o conceito de violência sexual. “É ilegal. E é ruim para a família”, respondeu um dos alunos.
Violência sexual contra crianças e adolescentes, e o envolvimento de um adulto com um menor, incapaz de um consentimento consciente, são violações daquilo que a pessoa tem de mais íntimo: a sexualidade. Segundo a assistente social, provoca medo, angústia e sofrimento, e também pode acontecer sem o contato físico. “Conversar de maneira obscena, com linguagem inadequada, ou assediar sexualmente, fazendo propostas, também é uma forma de violentar”, alertou.
Orientação - Os alunos tiraram dúvidas sobre o risco de contaminação pelo vírus HIV. “Muitos pensam que Aids acontece apenas em usuários de drogas, homossexuais e prostitutas, o rotulado ‘grupo de risco’. Mas não se enganem. Homens, mulheres e crianças são vítimas da Aids. Todos devemos ser cuidadosos. Principalmente adolescentes e seus parceiros. O namoro tem que ser responsável, sempre com uso de preservativos. Não sabemos identificar na rua quem tem Aids ou não”, disse a enfermeira do Pro Paz Santa Casa, Alda Rezende. “A camisinha, além de proteger contra doenças, evita uma gravidez indesejada”, frisou.
Finalizando a semana de campanha contra abuso e violência sexual em crianças e adolescentes, na manhã deste sábado (18) haverá uma caminhada, que sairá da Escola Liceu do Paracuri, em Icoaraci, até a Praça Matriz, onde haverá uma programação cultural.
Serviço: Para procurar ajuda, denunciar casos de violência, seja a própria pessoa a vítima ou não, basta ligar para o Disque Denúncia (100), ou procurar delegacias de seu bairro, conselhos tutelares, Ministério Público ou centros de assistência social.
Texto:
Marina Pedroso - Seas