O Governo do Pará está capacitando 282 pessoas no município de Soure, no Arquipélago do Marajó, em quatro cursos profissionalizantes, iniciados na manhã desta terça-feira (27), durante a VI Jornada de Oficinas e Palestras “Mãos Caruanas, mãos que fazem”, desenvolvida pela Instituição Caruanas do Marajó, Cultura e Ecologia, até 31 de agosto. O objetivo é oferecer novas oportunidades de profissionalização a jovens e adultos, e ainda disseminar a cultura de paz.

Os cursos têm duração de cinco dias, com 8 horas diárias. O Pro Paz nas Escolas está oferecendo cursos de eletricista e secretariado, enquanto a Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Renda (Seter) está ofertando os cursos de assistente administrativo e recepcionista.

A universitária Rosélia Vale, 23 anos, participa do curso de recepcionista, que para ela é mais uma oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. “Eu acho esses cursos muito importantes, porque nós sabemos a realidade do Marajó, um pouco complicada com relação à educação. O município de Soure é carente de profissionais, mas com esse incentivo do governo, com certeza, as pessoas se sentem mais motivadas a procurar emprego’’, afirmou a universitária.

Além dos cursos, o governo está investindo em oficinas para a comunidade, beneficiando mais de 400 pessoas. A oficina de percussão, oferecida pela Fundação Carlos Gomes, está na programação da jornada, voltada para crianças do grupo de música da Escola Zeneida Lima, reforçando uma parceria que existe há quatro anos entre a Fundação e o Instituto. O professor de Musicalização da Escola Zeneida Lima, Igor Nicolai, responsável pelo grupo musical, é cedido pela Fundação Carlos Gomes, por meio do programa de interiorização.

“A parceria já existe há bastante tempo. Essa oficina com os músicos do Conservatório Carlos Gomes reforça essa interação, e quem ganha são os alunos, que vão aprender novas técnicas musicais. A música cria uma expectativa de profissionalização, e dá a oportunidade para que eles, no futuro, sigam trabalhando no que gostam”, ressaltou Igor Nicolai.

Leitura - As crianças têm programação especial, que inclui atividades lúdicas desenvolvidas pela Caravana da Leitura, da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. Segundo Selma dos Santos, gerente da Biblioteca Pública Arthur Viana, o ônibus-biblioteca da Fundação possui cerca de 4 mil exemplares, entre livros e gibis, disponíveis para leitura durante as ações da caravana. “Nós oferecemos leitura e informação, apresentando o livro para criança com a contação de histórias, teatro de fantoches e oficinas. Assim, conquistamos novos leitores e fortalecemos o conhecimento através da leitura”, frisou ela.

A estratégia usada na Biblioteca Pública vem dando certo. Izabel Trindade Aguiar, 3 anos, mostrou o livro preferido, mesmo sem ainda saber ler. “Esse livro é bonito e muito legal”, disse a menina. Alan Araújo, 8 anos, aluno do 3º ano da Escola Don Alonso, descobriu sua história predileta com o teatro de fantoches, que encenou a história da Dona Baratinha.

A VI Jornada de Oficinas e Palestras, realizada pela Instituição Caruanas do Marajó em parceria com o Governo do Pará, foi lançada na última segunda-feira (26). Durante a solenidade de abertura foi assinado o convênio entre o Instituto e a Seter, articulado pelo Programa de Articulação e Cidadania, para realização de cursos básicos de corte e costura, e avançado de ceramista, com ênfase na cultura marajoara. A diretora de Qualificação Profissional da Seter, Vera Nascimento, informou que o convênio tem duração de um ano, e vai beneficiar 80 pessoas.

“A intenção é qualificar pais que têm filhos estudando na instituição, e a comunidade do entorno. Os recursos serão repassados para o Instituto contratar os profissionais, que serão supervisionados pela Seter. Com isso, qualificaremos pessoas para o mercado de trabalho e contribuiremos para a manutenção da cultura local”, reiterou Vera Nascimento.

A titular do Instituto Caruanas, Zeneida Lima, agradeceu o apoio do governo do Estado para a Jornada. “O apoio do Governo é fundamental. Sem esse apoio, nada seria feito. O apoio não é só para a Jornada, mas para a manutenção das ações do Instituto”, afirmou.