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Violência Sexual é debatida no Salão do Livro em Paragominas

A exploração sexual contra crianças e adolescentes foi o tema abordado pela psicóloga Werlane Pereira, que ressaltou mudanças importantes ocorridas.

(Agência Pará de Notícias)

A exploração sexual contra crianças e adolescentes foi tema do Papo Cabeça, promovido pelo II Salão do Livro, em Paragominas. O assunto foi abordado pela psicóloga Werlane Pereira, que ressaltou mudanças importantes ocorridas recentemente na lei. “Se antes o estuprador respondia somente por atentado violento ao pudor, agora ele pode ser sentenciado com uma pena que pode chegar a até 15 anos de reclusão”, disse.

Dados colhidos junto ao Disque Direitos Humanos (Disque 100) registraram, no ano passado, 130.029 denúncias de violência contra crianças e adolescentes – um crescimento de 58,3% em relação ao ano anterior (82.117 denúncias). Por isso, esse foi um dos temas escolhidos para ser debatido durante o evento. Durante a conversa com a plateia, formada predominante por estudantes, a psicóloga pediu a ajuda do público para definir esse tipo de crime. Os adolescentes e jovens presentes mostraram que estão ‘antenados’ com o tema, dando diversos exemplos de abusos cometidos contra crianças e adolescentes, como estupro e pedofilia.

Segundo a psicóloga, é difícil de identificar quem sofreu abuso ou violência sexual, mas há sintomas, por isso os adultos devem ficar atentos a esses sinais. “Quem sofre violência tem dificuldades de relacionamento, é inseguro, tem baixo rendimento escolar, não tem confiança em adultos e medo do sexo oposto, além de terem comportamento agressivo”, descreveu. Outros exemplos de problemas enfrentados por quem sofre abuso sexual são a gravidez e as doenças sexualmente transmissíveis.

A psicóloga falou, ainda, das mudanças recentes ocorridas na lei contra quem comete abuso sexual contra crianças e adolescentes, entre elas a tramitação do processo judicial independente da vontade da vítima ou de seu representante. “Mesmo a vítima querendo retirar a queixa, não pode mais. Uma vez que denuncia, o processo seguirá no Judiciário”, explicou a especialista.

Werlane Pereira falou ainda sobre as diversas formas de violência, no caso, a física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. Para facilitar o entendimento da plateia, Werlane Pereira utilizou vídeos educativos e exemplos do dia a dia, próximos da realidade de todos, como agressões, bullying e dano ao patrimônio. Ela ressaltou que entre as piores formas de violência está a psicológica. "O desrespeito para com o outro é muito comum na escola e até dentro de casa. “Quando alguém na escola chama o outro de gordo, feio ou burro está cometendo uma violência psicológica. Em casa também há muitos pais que fazem isso com os filhos, principalmente na hora em que o rendimento escolar da criança é baixo”, exemplificou a psicóloga.

O Papo Cabeça com Werlane Pereira foi mediado pelo escritor Daniel Leite. Nesta quarta-feira, 2, quem participará do evento é Renato Cortez, que falará sobre “Privacidade nas mídias sociais”. 

Texto:
Alexandra Cavalcanti - Secult