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Vítimas de escalpelamento iniciam nova temporada de aulas do Projeto Classe Hospitalar

 

Há seis meses, Mayane Xavier, de 10 anos, foi vítima de escalpelamento. Para ter os atendimentos necessários, ela precisou se mudar de Oeiras do Pará, no nordeste paraense, onde mora com a família, para a Fundação Santa Casa de Misericórdia, hospital de referência no tratamento, em Belém. Por conta deste acidente, ela parou de frequentar a escola. Graças ao projeto Classe Hospitalar, que funciona no Espaço Acolher, na própria Santa Casa, Mayane está tendo a chance de continuar seus estudos. “Eu adoro as aulas, principalmente quando posso cantar e desenhar”, diz a menina.

Na manhã desta quinta-feira (18), no auditório da Fundação, foi realizada a abertura oficial da temporada de aulas do projeto. Estiveram presentes a presidente do hospital, Dra. Rosângela Brandão Monteiro; o presidente do Pro Paz, Jorge Bittencourt; representantes da Seduc, da Uepa e UFPA, que são parceiros, além dos professores e profissionais envolvidos nas aulas. Durante o evento, houve uma entrega simbólica dos kits escolares que serão distribuídos aos alunos da Classe Hospitalar.

Quando surgiu, em 2003, o Espaço Acolher, tinha como objetivo atender adultos, crianças e adolescentes vítimas de escalpelamento, principalmente os oriundos do interior do Pará. A demanda foi aumentando e os serviços também. Hoje em dia, além do atendimento clínico e dos tratamentos terapêuticos, o Espaço possibilita que o paciente não perca o ano letivo por meio de aulas com uma equipe de professores e pedagogos. “Muitas pessoas chegam sem saber ler nem escrever. Ao chegarem aqui, elas são contempladas pelas aulas”, explica Luzia Matos, coordenadora do Espaço Acolher.

Maria de Nazaré de Almeida Souza, de 58 anos, é um exemplo de pessoa que chegou ao projeto sem saber escrever o próprio nome. Ela recorda que parou os estudos quando ainda tinha 7 anos. Natural de Itaituba, no sudoeste do Pará, Maria foi vítima de escalpelamento em 1991. Com o pouco conhecimento que tinha não se atentou para o tratamento adequado que precisava ter e só em 2010 procurou ajuda qualificada. Foi aí que ela começou a frequentar a Santa Casa de Misericórdia e o projeto Classe Hospitalar. “Eu concluí o ensino fundamental aqui no Espaço Acolher e este ano vou fazer o ensino médio”, conta orgulhosa.

O projeto Classe Hospitalar ganhou novos parceiros e um deles é a Fundação Pro Paz, por meio da Secretaria Extraordinária de Integração de Políticas Públicas (Seips). Para o presidente Jorge Bittencourt, ações como esta fazem parte da missão da secretaria que é articular políticas públicas voltadas principalmente para crianças e adolescentes. “Vamos entrar com dois projetos: o Pro Paz Escola e o Mover”, explica.

Denise Mota é coordenadora do Classe Hospitalar a quatro anos. Para ela, este projeto não é somente acadêmico, mas também terapêutico. “Quando sofrem acidente, essas pessoas abandonam as escolas e chegam a ficar deprimidas muitas vezes”, fala.

Novidade - Durante o lançamento oficial da programação do Classe Hospitalar, a presidente da Santa Casa, Dra. Rosângela Brandão Monteiro, anunciou que o hospital vai iniciar este ano o transplante de orelha para as vítimas de escalpelamento.

 
Bianca Teixeira
Secretaria de Estado de Comunicação