Sábado, 20, foi mais um dia de conscientização para a importância do combate ao Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A ação, realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Brigadeiro Fontenelle, integrou alunos, professores e comunidade em geral em torno da campanha nacional do Ministério da Saúde, feita em parceria com o Governo do Estado, para fortalecer as ações de assistência à saúde e mobilizar a população quanto às medidas de prevenção para eliminar focos do mosquito. A programação reuniu também as Secretarias Estaduais de Educação (Seduc), Saúde (Sespa), Obras Públicas (Sedop), Integração e Promoção Social (SEEIPS), Fundação Pro Paz e as Secretarias Municipais de Saúde (Sesma) e de Saneamento Básico (Sesan).

Mais de 150 servidores públicos voluntários foram às ruas da Terra Firme ajudar na distribuição de material informativo sobre as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti e sensibilização da comunidade para a importância de eliminar os criadouros do mosquito. A ação foi muito bem aceita pelos moradores. A Sedop, em parceria com a Sesan, promoveu a limpeza do terreno do antigo curtume Santo Antônio, um dos quase 600 pontos de despejo irregular de lixo e entulho identificados pela Prefeitura de Belém. O espaço será requalificado e entregue à comunidade em breve.

“Onde há saneamento há menos risco de doença. A partir dessa limpeza percebi que as pessoas passaram a se preocupr mais em cuidar de suas casas, para tentar eliminar os focos. O criadouro é na água limpa então a gente precisa adotar as medidas dentro de casa, porque chuva tem todo dia”, disse Edson Ferreira, 58 anos, dono de um comércio de material de construção na rua da Olaria.

Uma equipe da Fundação Pro Paz levou à Escola Brigadeiro Fontenelle serviços de cidadania e saúde, ofertados gratuitamente à população do bairro. Quem foi ao local recebeu, além de orientações para o combate ao mosquito Aedes Aegypti, atendimento jurídico, exames e consultas médicas em várias especialidades e ainda acesso a documentos como carteiras de trabalho e de identidade.

Ao todo, foram mais de 1200 atendimentos com a participação de aproximadante 200 servidores da Fundação. O desempregado Carlos Lamarão, 39 anos, foi um dos que procuraram os serviços da ação de cidadania. Ele conseguiu finalmente a tão sonhada carteira de trabalho e ainda aproveitou para passar por uma avaliação médica. "Foi rápido, mas para garantir que não ia sair daqui sem resolver meu problema me programei pra chegar bem cedo na escola", comentou.

“O mais importante é que conseguimos integrar secretarias em prol de um despertar comunitário para as medidas profiláticas contra essas doenças. A comunidade e o poder público estão juntos nessa caminhada, afinal o vetor é só um, mas os problemas que eler causa são muitos e afetam todos nós”, lembrou o presidente da Fundação Pro Paz, Jorge Bittencourt.

A secretária de Obras Públicas, Noêmia Jacob, vê a mobilização como um passo importante, especialmente por fazer da comunidade não apenas um agente multiplicador, mas o núcleo irradiador das ações de prevenção. "A ideia é que as demais ações feitas na área do curtume também sejam desenvolvidas com a partipação da comunidade. A Terra Firme está recebendo diversas obras que vão repercutir diretamente na saúde e na qualidade de vida de quem mora aqui. É importante que a população tenha essa consciência de que o lixo traz doenças e que o combate ao mosquito é dever de todos”, argumentou.

Durante a caminhada que percorreu algumas ruas do bairro, os alunos da Brigadeiro Fontenelle entregaram panfletos, verificaram a existência de focos do mosquito na feira da Terra Firme e também conversaram com comerciantes e a comunidade sobre a importância de ficar atenta para eliminação de todo e qualquer foco. 

Ao longo da semana, os estudantes participaram de palestras sobre o assunto e prepararam trabalhos pautados na prevenção ao Aedes Aegypti. "Elegemos o tema como prioridade, já que ele atinge diretamente as pessoas da comunidade", explica o professor de biologia Amauri Freitas, um dos maiores incentivadores da ação junto aos alunos. Tanto na sua como em outras disciplinas, o assunto foi trabalhado em sala de aula com foco na prevenção. "Eles atuarão como multiplicadores", esclareceu o professor.

"Este é apenas o início de um trabalho integrado que deve ganhar novas frentes. A campanha será realizada permanentemente com a ajuda dos parceiros, como Sespa, Sesma e Forças Armadas", destacou Marielza Lina, gestora da Unidade Seduc na Escola (USE 06), à qual estão vinculadas a maior parte da escolas do bairro da Terra Firme.

Steicy Vale, 13 anos, aluna do 5º ano, Rayanne Reis e Kayanhe Nascimento, ambas do 6º ano, participaram da campanha desde o início e garantem que tudo que aprendem na escola sobre o combate ao mosquito elas aplicam em casa e também repassam aos parentes e amigos. "Essa doença é terrível e pode matar. Todo mundo tem que fazer sua parte", argumentaram.

Semana de Conscientização

Ao longo da semana o Pro Paz Escola esteve no bairro da Terra Firme promovendo palestras para alunos de diversas escolas do bairro, em parceria com a Sespa. O objetivo dessa atividades é fazer com que eles se tornem replicadores das informações e ações de prevenção contra as doenças foram do ambiente escolar. A epidemiologista Carla Garcia, do Departamento de Vigilância em Saúde da Sespa, foi uma das palestrantes e mostrou, de forma bem didática, os riscos das doenças e as formas mais eficazes de combate ao mosquito transmissor.

“Como temos o Aedes Aegypti como principal transmissor da doença, a eliminação dos focos é fundamental para evitar a contaminação das pessoas. O Aedes é um mosquito cujos criadouros são encontrados na maioria (70%) em domicílios. Então a grande estratégia é sensibilizar as crianças para que possam serem disseminadores das práticas preventivas nas suas casas, junto aos pais”, informou.

O Pro Paz tem atuado no combate ao mosquito Aedes Aegypti em três frentes. Por meio do projeto Pro Paz nos Bairros, capacita os alunos a atuarem como multiplicadores. Nos finais de semana, a Fundação leva servidores e colaboradores, também capacitados por agentes da Sespa, para participar de panfletagem em diferentes bairros da capital, com o objetivo de conscientizar a população. Um mascote, fantasiado de mosquito, a participa da ação orientando crianças e adolescentes de forma lúdica.

Em parceria com a Seduc, a Fundação Pro Paz realiza campanhas nas escolas públicas estaduais em Belém e do interior do Estado, como parte ações do Pacto da Educação Brasileira contra o Zika, coordenado pelo Ministério da Educação, com a participação dos governos estaduais e prefeituras.

*Com informações de Nathalia Petta (Ascom Fundação Pro Paz) e Márcio Flexa (Ascom Seduc)