Neste domingo (18), os frequentadores da Praça da República, em Belém, acompanharam uma programação especial em alusão ao dia nacional de combate ao abuso e à exploração sexual contra crianças e adolescentes. Diversos órgãos estaduais e municipais que formam o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes promoveram apresentações culturais e fizeram a divulgação de serviços com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade no combate aos crimes contra o jovem no Pará, durante o evento coordenado pela Fundação Papa João XXIII (Funpapa).
Durante toda a manhã, foram entregues materiais de divulgação, com informações sobre sinais e sintomas desenvolvidos por crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual, além de orientações sobre locais de atendimento as vítimas desse tipo de crime. Os servidores do Pro Paz Integrado, que fazem um atendimento integral e interdisciplinar às crianças e adolescentes vítimas de violência, participaram do evento, orientando a população sobre o serviço interdisciplinar desenvolvidos nos núcleos.

O Pro Paz Integrado tem um modelo de atendimento considerado referência no país, pois, além de conduzir às denúncias à Polícia Civil, orienta sobre os cuidados que pais e responsáveis devem tomar para que crianças e adolescentes não se tornem vítimas. Para a coordenadora do Pro Paz Integrado, Eugênia Fonseca, o 18 de maio serve para lembrar toda a população que a violência sexual é um problema social que deve ser combatido por todos, para que assegure uma infância e adolescência mais segura.

“Esse é um crime que precisa ser combatido não só pelo governo, mas também pela sociedade. Que ela possa nos ajudar fazendo a denúncia. É por isso que estamos com esse trabalho de prevenção, para que a comunidade esteja alerta sobre os riscos que a criança e o adolescente correm”, disse.

Combate – Em Tucuruí, a equipe do Pro Paz Integrado, também faz um trabalho de mobilização com a população local, nas praças e escolas do município, divulgando os serviços oferecidos pelo projeto e incentivando a importância de denunciar. Desde a última sexta-feira (16), o Pro Paz Integrado promove ações alusivas ao 18 de maio. A primeira delas foi uma palestra na Escola Estadual Maestro Waldemar Henrique, no bairro do Benguí, que debateu com alunos e professores sobre os tipos de violência cometida contra crianças e adolescentes. Durante a programação, foi feito, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o lançamento de uma cartilha com orientações que ajudem a evitar que uma criança seja vítima do crime de pedofilia.

Ainda na sexta-feira, a equipe do Pro Paz Integrado participou de uma audiência com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Belém. Durante o evento, que teve a participação das deputadas federais Érika Kokay (PT-DF), presidente da CPI, de Liliam Sá (PROS-RJ) e Arnaldo Jordy (PPS-PA), os servidores receberam informações de como funciona a rede de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes no Pará.

Em seguida, uma comitiva viajou para Breves, onde conheceu a realidade do município. Em Belém, os trabalhos foram encerrados, depois de uma audiência com representantes do governo, no auditório da Delegacia Geral de Polícia Civil. Na ocasião, a deputada federal Lilian Sá, depois de conhecer a realidade do Estado e o Pro Paz Integrado, pediu cópia do projeto, para apresentá-lo em outros Estados como modelo de atendimento.
O coordenador geral do Pro Paz, Jorge Bittencourt, destacou a importância de mais esse reconhecimento do serviço. "O Pro Paz Integrado é um serviço reconhecido mundialmente e nacionalmente. Cada vez que apresentamos o projeto e como funciona o atendimento, temos certeza de que estamos indo no caminho certo, e isso é uma preocupação e obrigação nossa, que é garantir os direitos dessas crianças e adolescentes que já tiveram em algum momento seus direitos violados. Trabalhamos em prol de um atendimento de qualidade a quem precisa dos serviços. Esse é o compromisso do governo”, afirmou.

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído em 2000, com base na Lei Federal n º 9.970, criada em decorrência do caso conhecido como “Crime Araceli”, ocorrido em 18 de maio de 1973, em Vitória (ES). O episódio ganhou grande repercussão na mídia, devido à brutalidade do crime cometido contra a menina Araceli, de 8 anos, que foi raptada, drogada, violentada, morta e carbonizada por jovens de classe média da cidade, que nunca foram punidos. Desde então, as ações que marcam este dia visam mobilizar os diferentes setores da sociedade, governos e mídia sobre a urgência da proteção dos direitos de meninas e de meninos.