Pro Paz no Dia da Não-Violência
Rafael e Carlos Leonardo, participantes do Polo UFRA desde a inaguração
Ao oferecer atividades nas áreas de cultura, arte, esporte e lazer a crianças e adolescentes de 8 a 18 anos, proporcionando alternativas de vida longe da violência e da criminalidade, o Governo do Pará, por meio da Fundação Pro Paz, se junta a todas as instituições, nacionais e internacionais, no esforço de construir uma cultura de paz. As ações destinadas a reduzir os índices de violência no planeta serão comemoradas neste sábado, 30 de janeiro, no Dia Internacional da Não Violência.
A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em homenagem ao pacifista indiano Mahatma Gandhi, assassinado em 30 de janeiro de 1948. O objetivo é lembrar a luta pela paz, incentivar a educação e a propagação da cultura de paz e do respeito aos direitos humanos.
É uma luta pacífica, baseada em princípios como educação para uma cultura de paz, desenvolvimento econômico e social sustentável, respeito aos direitos humanos, igualdade entre os sexos, participação democrática, compreensão, tolerância, solidariedade, livre circulação de informação e conhecimento, e paz e segurança internacional.
Mudanças - Segundo pesquisa feita pela equipe de Estatística da Fundação Pro Paz com crianças e adolescentes que frequentam os polos do Pro Paz nos Bairros, a maioria assegurou que as ações do programa influenciaram positivamente na mudança de comportamento. “Começamos há onze anos com um programa (hoje uma fundação) que, desde sua implantação, vem disseminando a cultura de paz em diversas esferas sociais, principalmente junto às comunidades, trabalhando a garantia dos direitos humanos, com foco especial nas crianças, adolescentes e mulheres”, conta o presidente da Fundação Pro Paz, Jorge Bittencourt.
Desde 2011, mais de dez mil jovens já foram atendidos nos polos, implantados em áreas vulneráveis nos bairros da Sacramenta, Terra Firme (Universidade Federal Rural da Amazônia – Ufra), Guamá (Universidade Federal do Pará – UFPA), área do estádio Mangueirão e no Instituto de Ensino de Segurança do Pará (Iesp), localizado no município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém.
“Não acreditamos que precise de um dia especial para tratar da não violência, apesar de a data nos fazer seguir com mais força em nosso projeto. Nós trabalhamos o valor da cultura de paz todos os dias”, reitera Jorge Bittencourt.
Exemplos - Jovens atendidos pelo Pro Paz nos Bairros são exemplos da melhoria da qualidade de vida que esse trabalho diário proporciona. Rafael Orlando, 16 anos, saiu de um caminho perigoso para vivenciar um mundo de possibilidades proporcionadas pelo Pro Paz. Ele participa do Polo Ufra desde os 13 anos. Nesses três anos, mudou o comportamento e as perspectivas de vida, ao trocar as ruas pelos estudos.
“Eu não queria saber de estudar, conversava na sala de aula e só tirava nota baixa”, diz o adolescente. No Pro Paz, Rafael aprendeu valores como respeito e disciplina, tornando-se um adolescente com espírito de equipe e interesse pelas atividades. Hoje, participa intensamente da programação do Pro Paz e já manifesta o desejo de fazer uma faculdade. “O Pro Paz faz com que hoje eu possa ser um monte de coisa”, ressalta Rafael.
Outro exemplo de superação é Márcio Patrick, 16 anos, oriundo de um ambiente familiar violento, por conta da difícil relação com o pai. No Polo Ufra ele encontrou um refúgio e a oportunidade de mudar essa realidade. O programa ajudou a facilitar o convívio com o pai de Márcio, por meio do trabalho realizado por psicólogos.
Hoje com 18 anos, Carlos Leonardo Miranda Ferreira está no Polo Ufra desde os 13 anos. “O Pro Paz melhorou tudo na minha vida. Antes ficava até tarde na rua e minhas notas eram sempre baixas”, contou Carlos, que continua estudando, e com boas notas, além de praticar vários esportes.