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Pro Paz debate o papel do educador no combate à LGBTFobia

terça-feira, 27 Junho, 2017

Professores da rede pública de ensino e profissionais da área social participaram nesta terça-feira, 27, do seminário ”Práticas Educativas e Metodologias para promoção do respeito à diversidade de gênero no ambiente escolar” promovido pelo Sistema Integrado de Museus (SIM) da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), ainda dentro da campanha institucional de comunicação lançada pelo Governo do Pará no mês de maio, que visa o combate à LGBTfobia, a discriminação contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.

A coordenadora do Pro Paz Diversidade, Beatriz de Almeida, integrou o evento participando da mesa “Práticas Educativas no espaço escolar pra o enfrentamento à violência contra população LGBT” abordando o tema “Evasão Escolar e bulling motivado por LGBTFobia”.

“Como mulher transsexual conheço muito bem a realidade da evasão escolar pela população trans e LGB. Ela se dá, principalmente, pela falta de políticas inclusivas dessa população dentro do ambiente escolar. Quando não se sentem acolhidas e aceitas, as pessoas trans abandonam a escola e acabam trilhando o caminho da prostitução e dos subempregos”, pontuou a coordenadora, que apresentou dados do defensor público João Paulo Carvalho Dias, que é presidente da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil e membro do Conselho Municipal de LGBT em Cuiabá, e que mostram que o Brasil concentra 82% da evasão escolar de travestis e transgêneros.

“Os números são preocupantes e a realidade não é diferente no Pará, apesar de sermos um estado cuja política LGBT é uma das mais importantes do país, com destaque para a carteira social, que desde 2013 é direito no estado. Para superar isso é preciso que a família e os educadores tenham olhar atento e incusivo para a população LGBT, fazendo com que se sintam acolhidos neste ambiente”, completou Beatriz.

A assistente social Sali Silva, 35 anos, acredita que o seminário foi fundamental para ampliar os horizontes dos educadores sobre a temática. “Essa população já é muito fragilizada, até dentro de sua própria casa, com suas famílias. A gente sabe que existe falta de orientação dos pais e da escola também e é por isso que esses educadores precisam entender melhor. É necessário que desconstruam seus preconceitos e acolham essas pessoas”, acredita.

Para Milton Ribeiro, doutorando em Ciências Sociais no Programa de Antropologia da Universidade Federal do Pará, é importante que o educador mude esse papel repressivo da escola e consiga acolher os alunos. “Sabemos que a escola é um espaço de repressão constituído do poder das instituições. Mas esse é um espaço que não se opera sozinho e sim por gestores e educadores que podem transformar essa realidade”, disse em sua fala durante a mesa.

Por Nathalia Petta