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Caravana Oftalmológica encerra com 3 mil cirurgias feitas em 10 cidades

O governador Simão Jatene acompanhou o encerramento da Caravana Oftalmológica do Pro Paz em São Domingos do Capim, nesta quinta-feira (25).

(Agência Pará de Notícias)

Mais de nove mil atendimentos e cerca de três mil cirurgias de catarata. Este é o saldo da Caravana Oftalmológica do Pro Paz, que passou por dez municípios da Região de Integração do Guamá, durante 21 dias. Na manhã desta quinta-feira (25), o mutirão estacionou em São Domingos do Capim, última cidade a ser visitada. O governador Simão Jatene e a coordenadora do Pro Paz, Izabela Jatene, conferiram o encerramento da ação.

“Mais uma vez, a caravana foi um grande sucesso. A escolha dos dez municípios da região do Guamá foi baseada no fato de eles estarem na chamada atenção básica da saúde, ou seja, são os que mais precisam, justamente por não terem recursos para média e alta complexidade, que é o caso dessas cirurgias de catarata. Nesses casos, o governo do Estado veio para apoiá-los e bancou essas cirurgias. Os municípios que estão na média e alta complexidade recebem recursos para fazer essa cirurgia. Queremos ajudar aqueles que não têm esses recursos”, disse o governador.

O procurador geral de Justiça do Estado, Marcos Antônio Ferreira das Neves, esteve em São Domingos para ver como funciona a grande estrutura montada para a caravana. “Fiquei muito surpreso e feliz com tudo o que vi aqui. Esta é uma iniciativa brilhante do governo do Estado. A quantidade de cirurgias também é surpreendente. Foram mais de três mil em tão pouco tempo. Ouvi o depoimento de pessoas que estavam há muito tempo sem enxergar e agora estão com a visão perfeita. Se há uma palavra para definir este projeto, é: fenomenal”, ressaltou.

Izabela Jatene também fez um balanço positivo da caravana e anunciou que o governo estuda levar a mesma ação a outra região do Estado, que pode ser o Caeté ou o Baixo Tocantins, em função do elevado número de pessoas acima de 60 anos que precisa desse atendimento. “Fica a certeza que é possível levar o serviço a quem precisa. Nem sempre o cidadão precisa vir ao serviço. Esse é o dever de todo o governo e de uma execução correta da política pública”, avaliou. No fim da visita, o governador parabenizou a equipe de mais de 60 profissionais, entre médicos e paramédicos, que participaram do projeto.

Recomeço – Os relatos dos pacientes que passaram pela caravana emocionam até a equipe médica que participou do mutirão. “Ouvimos muitos depoimentos verdadeiros e emocionantes. Um que me chamou muita atenção foi de um senhor que eu operei e com quem conversei durante a cirurgia. Ele me disse que não enxergava há mais de dez anos. Ao perguntar o que ele havia feito nesse tempo todo, ele respondeu que ficava deitado em uma rede esperando pela hora da morte”, contou oftalmologista Fábio Vieira.

Depois da cirurgia, segundo o médico, o homem sentou na cadeira, olhou para baixo e enxergou os próprios pés. “A alegria dele foi tanta que ele me abraçou e agradeceu muito. Poder levar essa satisfação para essas pessoas é a melhor coisa que podemos receber”, completou o médico.

Aos 76 anos, o carvoeiro Gerônimo Costa fez a cirurgia de catarata e sentiu-se realizado com o resultado. “É como se estivesse vivendo uma vida nova. Eu já não enxergava mais nada há cinco anos. Sempre trabalhei como carvoeiro e nunca tive nenhum problema. Agora vou voltar a fazer as coisas como se estivesse começando tudo de novo. Estou muito feliz”, disse.

A dona de casa Anselma Tavares, 60 anos, estava com vários machucados no corpo. Ela contou que as manchas apareceram devido às inúmeras quedas que sofreu após perder a visão. “Não podia ir ao banheiro sozinha, porque sempre caía ou me batia em alguma coisa, já que não enxergava nada. Essa cirurgia foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Vou voltar a enxergar e poder fazer as simples coisas da vida”, afirmou.

Para que a caravana pudesse ser levada às cidades, foi necessária uma grande estrutura de equipamentos e recursos humanos. A ação usou duas carretas, que funcionaram como consultório e centro cirúrgico, com capacidade para fazer operações de média e alta complexidade. A cirurgia de catarata é feita com tecnologia de ponta e dura apenas oito minutos (são quatro minutos para cada olho). É um procedimento indolor e sem sangue.

A caravana oftalmológica tem como principal objetivo ajudar a prevenir os casos de cegueira no Estado, já que 48% deles são causados pela catarata. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 17,5 milhões pessoas em todo o mundo têm a doença. 

Texto:
Bruna Campos - Secom