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Projeto “Semeando Girassóis” fortalece rede de enfrentamento à violência sexual no Marajó

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Fotos: Tiago Furtado/ Ascom Pro Paz

Nesta segunda-feira (15) começou no município de Salvaterra, localizado no Arquipélago do Marajó, o projeto “Semeando Girassóis”, desenvolvido pelo Pro Paz Integrado, Diretoria de Atendimento a Vulneráveis (DAV), da Polícia Civil, Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves. O projeto vai levar para os municípios da região informações sobre exploração e violência sexual, com o objetivo de fortalecer a rede de enfrentamento à violência no Marajó. Serão levados para escolas, Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e unidades de saúde orientações e procedimentos para o atendimento às vítimas de violência sexual.

As atividades do projeto começaram com palestras sobre sinais e sintomas de vítimas de violência sexual e tipologia da violência, ministradas para alunos e professores da Escola Estadual Ademar Nunes de Vasconcelos, em Salvaterra.

Eugênia Fonseca, coordenadora do Pro Paz Integrado e uma das palestrantes, apresentou um histórico da violência cometida contra crianças e adolescentes na Amazônia, e enfatizou as ações do projeto Pro Paz integrado, que atende vítimas de violência sexual, sempre voltado à conscientização dos alunos, para que eles também sejam capazes de ajudar a diminuir os índices de violência sexual cometidos no Pará. “Nós precisamos acordar a sociedade para este tema, que é a violência mais cruel, cometida contra crianças e adolescentes. A palestra apresentada aos jovens frisou a necessidade de envolvê-los, para que aprendam a se defender, e para que os professores saibam lidar com essa situação, além de chamar os técnicos dos CRAS e CREAS (Centros de Referência Especializados de Assistência Social) e das unidades de saúde para que possamos estar juntos no enfrentamento à violência”, declarou.

Também participa das atividades do projeto “Semeando Girassóis”, no Marajó, a titular da Diretoria de Atendimento a Grupos de Vulneráveis da Polícia Civil, Simone Edoron. Ela abordou na palestra os diversos tipos de violência praticados contra o jovem, como as cometidas pelos meios digitais e que atingem crianças e adolescentes.

Simone Edoron destacou ainda os locais de denúncia e o papel da juventude no enfrentamento à violência. “O jovem, ao ser aliciado, passa por um processo de vitimização, e tentamos trabalhar com o seu protagonismo para que possa adquirir informações e denuncie os crimes dos quais ele possa ser uma das vítimas. Também tratamos das responsabilidades que eles têm sobre os ombros quando, por exemplo, ele filma uma relação sexual com outra adolescente ou comete o crime de estupro. Estamos trabalhando para que o jovem tenha uma análise crítica e a noção de que os atos que comete também podem ser considerados infracionais, e que pode ser responsabilizado pelas suas decisões”, ressaltou.

Aluna do terceiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual Ademar Nunes de Vasconcelos, Fabriciana Reis, 17 anos, elogiou as palestras sobre assuntos que precisam ser debatidos diariamente entre os jovens. “Muita gente acha que essas questões de violência contra o jovem não são importantes para o nosso futuro, mas a gente vê que precisamos de atividades como essa para que possamos nos informar e denunciar quando assistir algum caso como os que foram apresentados aqui”, disse a estudante.

Para Jociel Góes, diretor da Escola onde foram realizadas as palestras, as informações contribuíram para que todos possam combater a violência e saber que existem órgãos públicos preparados para atendê-los no Marajó. “A presença das instituições do Estado em nossa escola nos deixa muito felizes, já que não vão atender apenas o nosso colégio. Isso será expandido para toda a cidade, e alertar os nossos jovens sobre os perigos que os cercam, ajudando-os a denunciar os criminosos, para que cumpram as penas na prisão”, afirmou.

Eficácia

Thiciane Pantoja Maia, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), localizada no município de Soure (Marajó), também participou da programação realizada em Salvaterra e destacou que a programação do projeto “Semeando Girassóis” ajuda a identificar as equipes e órgãos de apoio, para que a rede de enfrentamento à violência possa oferecer um atendimento eficaz ao jovem.

“Pela situação peculiar que é a violência sexual, precisamos de toda uma rede de proteção para que o adolescente conte com todas as forças, não só policial, como também receba um apoio psicológico e de acolhimento. Esperamos com esse evento articular a nossa rede de enfrentamento, para que a gente trabalhe de maneira integrada, com um serviço de qualidade para a sociedade”, disse a delegada.

O projeto “Semeando Girassóis” continua com as suas atividades nos municípios do Marajó até a próxima sexta-feira (19), promovendo palestras para servidores públicos e alunos dos municípios de Salvaterra, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari.

Nesta terça-feira (16), servidores que participam do projeto realizam uma reunião técnica com os servidores dos CRAS, CREAS e conselheiros tutelares de Salvaterra. O projeto já passou pelos municípios de Altamira, Paragominas, Bragança e Tucuruí.

Texto:
Tiago Furtado