Caravana Pro Paz deixa Limoeiro do Ajuru com quase três mil procedimentos realizados
Marisa Costa Gonçalves, tirou pela primeira vez a carteira de trabalho.
(Agência Pará de Notícias)
Além dos atendimentos em saúde, a Caravana Pro Paz, que agora segue pela região do Baixo Amazonas, também oferece aos usuários serviços de cidadania. Em Limoeiro do Ajuru, onde o mutirão ficou por dois dias, nesta terça (15) e quarta-feira (16), foram realizados 2,8 mil procedimentos, entre emissão de documentos (RG, CPF, carteira de trabalho, certidão de nascimento, fotografia) e atendimentos jurídicos.
Uma das beneficiadas pela ação, que em Limoeiro do Ajuru aconteceu na sede da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vereador Abelardo Leão, foi a estudante Marisa Gonçalves, de 18 anos. Concluinte do Ensino Médio, ela procurou o mutirão para obter a primeira via da carteira de trabalho, visando, no futuro, uma colocação no mercado. “Aqui, infelizmente, não temos muitas opções de continuidade dos estudos, por isso penso em sair para me especializar e, quem sabe, conseguir logo um emprego”, disse a moça, que acabou convencendo a mãe, Valda, e a irmã, Patrícia, a também utilizarem os serviços da Caravana para atualizar a documentação.
“Minha mãe e minha irmã também precisavam tirar a carteira de trabalho, mas não estavam acreditando muito na ação, então, vim na frente para mostrar que era verdade”, explicou a jovem, sendo completada pela mãe, Valda Gonçalves, de 65 anos: “Estou muito feliz, agora posso voltar pra casa com a minha carteira em mãos. Se não fosse essa iniciativa, não sei como faria pra conseguir, porque eu não teria condições de pagar”, contou.
As amigas Maria José Meireles, de 64 anos, Palmira Pinheiro, de 54 anos, e Maria de Nazaré Melo, de 65 anos, vieram, respectivamente, do município de Anajás e da localidade de Japiinzinho especialmente para obter a segunda via da carteira de identidade em Limoeiro do Ajuru. “Já havíamos tentado tirar pelo menos cinco vezes, mas nunca deu certo. Agora, nós ouvimos no rádio o anúncio da Caravana e resolvemos tentar. Estamos muito satisfeitas por termos conseguido o nosso documento”, lembrou Maria José.
Além da documentação, na Caravana também é possível resolver pendências jurídicas, com a assessoria da Defensoria Pública do Estado. Foi o que fez o pescador Nárcio Santos, de 39 anos. Pai da jovem Elaine Duarte, de 17 anos, ele nunca havia registrado a filha em seu nome, apesar de criá-la desde que ela era um bebê. “Quando ela nasceu, a mãe dela estava em Belém e eu, aqui. Ela acabou fazendo o registro sem o meu nome e só agora estou tendo a oportunidade de corrigir essa falha”, explicou o pescador, sob os olhos atentos da menina.
“O reconhecimento de paternidade tem sido uma das grandes demandas para nós”, reiterou o defensor público Elias Souza, que ajudou a resolver o problema de Nárcio e sua filha. “Agora, todos os documentos dela serão ajustados para que ela possa receber o sobrenome do pai”, completou.
Saúde
No âmbito da saúde, a Caravana Pro Paz realizou, em Limoeiro do Ajuru, cerca de três mil atendimentos médicos nos dois dias em que esteve na cidade. Nesta quarta-feira (16), uma mulher de 68 anos de idade infartou no momento em que estava sendo consultada pelo médico e precisou ser transferida para Belém. O resgate aéreo foi acionado e a idosa foi levada de helicóptero para a capital, onde foi atendida no Hospital de Clínicas.
Informações repassadas à noite davam conta de que a mulher passava bem. Também foram realizadas três cirurgias urológicas no hospital da cidade, por médicos que atendiam na Caravana. “Foram três procedimentos simples, em adultos, e todos os pacientes também passam bem”, explicou a diretora de Políticas de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Dione Cunha.
A próxima cidade a receber a Caravana será Oeiras do Pará, onde o atendimento vai acontecer nesta sexta (18) e sábado (19). Os órgãos envolvidos no trabalho são Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), Polícias Militar e Civil e Defensoria Pública do Estado.
Texto:
Elck Oliveira - Secom