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Fundação Pro Paz e Sedap ofertam curso de chocolateria no Mangueirão

O polo Mangueirão do Pro Paz nos Bairros ofertou nesta terça-feira (29) um curso gratuito de chocolateria para pessoas que moram em bairros localizados no entorno do projeto, a maioria pais de crianças e adolescentes entre 8 e 18 anos atendidas pela fundação. A oficina, que vai até quarta (30), é resultado da parceria entre a Fundação Pro Paz, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e o chef chocolatier paraense De Mendes, referência gastronômica nacional por desenvolver produtos criados a partir de cacau nativo ou selvagem, cultivado por comunidades tradicionais amazônicas, como quilombolas, indígenas e ribeirinhos.

O curso mostra como produzir pequenos brindes a partir de chocolate de origem amazônica, e panificação, com técnicas para produção de chocotone (panetones com chocolate), amplamente comercializados durante o Natal. Foram ofertadas e preenchidas 30 vagas, 20 para a comunidade atendida pelo projeto e dez para o público externo.

A vontade de aprender foi o que levou a dona de casa Shirley Oliveira, 30, a procurar os cursos oferecidos às famílias atendidas pela Fundação Pro Paz. Moradora do distrito de Icoaraci e com um filho de 10 anos matriculado nas atividades do polo Mangueirão, ela já ganha dinheiro produzindo sandálias e adereços de cabelo estilizados, técnica que também aprendeu no Pro Paz. “Sempre quis trabalhar com alimentos, principalmente com doces. O curso vai ajudar a incrementar a renda em casa e melhorar nossa festa de fim de ano”, disse.

Para a autônoma Adriana Moraes, que já produz bolos e chocolates para venda, o curso é uma oportunidade de enriquecer a técnica. “Já participei de um curso de comidas típicas aqui no polo e foi muito proveitoso. O curso é importantíssimo, pois muitos pais vão aproveitar para ganhar dinheiro e oferecer uma vida melhor aos filhos”, opinou. Outro participante é Michael Gomes, 30, morador da Cabanagem e pai de filhos matriculados no projeto. “Trabalho com venda de salgados. Não poderia perder a oportunidade de participar de um curso com um profissional como esse”, frisou.

Segundo o chef De Mendes, o objetivo da parceria com a Fundação Pro Paz e a Sedap é criar oportunidades de geração de renda para a população e contribuir com a divulgação dos insumos de excelente qualidade encontrados na Amazônia. “São noções básicas das técnicas do chocolate, mas que podem fazer com que essas famílias iniciem a produção de produtos em casa, usando chocolate da região. Além do mais, estamos ajudando a divulgar como são valiosos os produtos encontrados na nossa terra”, detalhou.

Para a secretária adjunda da Sedap, Eliana Zacca, “esta é a consolidação de uma importante parceria da secretaria com a Fundação Pro Paz no sentido de oferecer alternativas para geração de renda a famílias em situação de vulnerabilidade social, como parte do programa de desenvolvimento da cadeia produtiva do cacau e chocolate que tem, entre as ações, melhorar a qualidade do chocolate artesanal produzido no Estado apresentando novas técnicas de produção e estimulando o uso de matéria prima local”.

Para a coordenadora do Pro Paz nos Bairros, Mônica Altman, os cursos também têm o objetivo de disseminar a cultura de paz por meio do fortalecimento familiar. “Além da oportunidade de geração de renda, queremos oferecer a esses pais e mães iniciativas que melhorem a qualidade de vida das famílias por meio das atividades da fundação. Daí a importância de unir forças com a Sedap e profissionais como o De Mendes para fazer isso de forma especial”, pontuou.

O chef De Mendes tem graduação em Química Industrial, Engenharia Química e licenciatura em Química. É especialista em Ciências Ambientais, Tecnologia de Polpa de Frutos, Gestão de Qualidade na Indústria de Alimentos e Tecnologia de Produtos de Origem Animal, além de pós-graduado em Chocolataria Gourmet na Escola Castelli de Chocolataria (RS). Também é mestre em Química de Produtos Naturais e Tecnologia de Alimentos. Nos últimos dez anos, o profissional estuda a Amazônia e seus insumos em expedições em busca de cacau nativo e outras especiarias da floresta que tenham uso tradicional, a partir de indicativos de comunidades de populações tradicionais.

Por Nil Muniz