Fundação PARÁPAZ
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Na manhã desta sexta-feira (2), o Pará entrou para a história do circuito paralímpico mundial. Belém foi escolhida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como representante do Norte no revezamento da tocha paralímpica Rio 2016. O total de 63 pessoas, entre elas atletas paralímpicos, fará o percurso de dez quilômetros pelas ruas de Belém.

A tocha chegou de Brasília – a primeira cidade a receber a tocha paralímpica – por volta de 11h, e foi para o núcleo da Fundação Pro Paz na Sacramenta, em Belém. “Temos hoje milhares de crianças, adolescentes e adultos deficientes inseridos em programas de políticas públicas, tanto do Pro Paz quanto de outras instituições do governo e prefeitura. É com muita satisfação que estamos vendo o Estado reconhecido como o representante da região nesse processo”, disse o presidente do Pro Paz, Jorge Bittencourt.

A Fundação Pro Paz atende dez crianças e adolescentes deficientes com incentivo ao esporte e o apoio às famílias com o Cheque Moradia e outros benefícios. Uma deles é Gabriel Baía, 16 anos. Com 1 ano, ele caiu de uma escada e quebrou a perna. Cinco anos depois, começou a perder os movimentos e recebeu a indicação médica de praticar esportes. Procurou um núcleo do Pro Paz perto de casa e passou a nadar. Virou um vencedor. No último domingo, terminou os Jogos Paralímpicos Escolares, em Belém, com três medalhas de ouro. Nesta sexta, comemorou a honra de ser um dos condutores da tocha paralímpica. “Vai ser uma nova etapa da minha vida como atleta, representando o Pará e o Pro Paz. Estou muito emocionado”.

Com relevos sinuosos e contínuos, a tocha simula os pontos altos e baixos da vida de um atleta paralímpico, baseada em determinação e conquistas. A textura quadrangular remete aos quatro valores paralímpicos – coragem, determinação, inspiração e igualdade –, que também estão gravados em braile no objeto. Cada uma das cinco cidades que vão receber a tocha será representada por um tema, e o de Belém é determinação.

E determinação é o que move a paraense Daiane Vitória, campeã nacional de bocha nas Paralimpíadas Escolares Nacionais do ano passado, em Natal (RN). Ela foi a escolhida para ler a mensagem do governo do Estado na saída da tocha. “Meu objetivo é fazer bonito para chegar cada vez mais longe. É muito legal estar aqui e servir de exemplo de superação para outros atletas”, disse.

Conquistas

A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), que mantém o projeto Bolsa Atleta beneficiando atletas paralímpicos, é mais um órgão do governo que recebeu a tocha com orgulho. “Escolhemos o tema da determinação porque temos vários belos exemplos de superação paralímpica. No Brasil, são mais de 45 milhões de deficientes, e o Pará inserido nisso com uma parcela considerável. Por esse motivo, acompanhamos com muito prazer a evolução desses atletas e a escolha de Belém para representar o Norte na cerimônia”, disse a titular da Seel, Renilce Nicodemos.

A primeira pessoa a conduzir a tocha foi o artesão Valdiley Tavares, pai de duas crianças gêmeas especiais. Uma é cadeirante e a outra tem déficit de atenção. “Não esperava ser o primeiro. Estou muito feliz por essa honra de representar o Estado”, afirmou o pai, que tem os filhos atendidos pelo Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (Ciic), vinculado à Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e referência em políticas públicas integradas voltadas para pessoas com deficiência.

O Ciic foi um dos quatro lugares visitados pela tocha durante a manhã. Os outros foram o Serviço de Atendimento Básico em Reabilitação (Saber), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Belém (Apae) e Núcleo de Esporte e Lazer ( NEL) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) – todos com serviços de apoio e incentivo prestados aos deficientes.

Segurança

Para assegurar a tranquilidade dos participantes , assim como a normalidade do traslado durante o revezamento da tocha entre os 63 condutores, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) montou um esquema operacional integrado com os órgãos federais, estaduais e municipais. O Departamento de Trânsito do Estado (Detran) atua com o efetivo de 27 agentes, doze motocicletas e seis viaturas, fazendo o bloqueio das vias ao longo do percurso durante a passagem da tocha.

A Polícia Militar participa com 78 homens, entre motos, viaturas, tropa de choque, Ronda Tática Metropolitana (Rotam), Polícia Rodoviária Estadual, Batalhão Ambiental e mais um helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) para suporte e monitoramento.

O Comitê Olímpico Brasileiro destaca o apoio do Governo do Estado na organização do evento. “A gente recebeu plena assistência do governo tanto no revezamento da tocha olímpica quanto agora, no da tocha paralímpica. Foi um grande parceiro, e estamos muito felizes de estar aqui novamente”, disse a representante do COB, Carla Bastos.

Encerramento

O revezamento da tocha paralímpica continuou no período da tarde, com saída às 15h do ginásio Maestro Altino Pimenta, na Avenida Visconde de Souza Franco, no bairro do Umarizal. A condução prosseguiu até o Feliz Lusitânia, no bairro da Cidade Velha, onde a pira foi acendida por volta das 18h sob aplausos, buzinaços e incentivos.

A primeira pessoa a conduzir a chama foi a jogadora de basquete sobre cadeira de rodas, Débora Cristina Guimarães da Costa, 27, que já participou de duas paralimpíadas. ‘’Para mim é um momento único. Defender meu País nas paralimpíadas de Pequim (2008) e Londres (2012) contribuiu para minha formação pessoal. Hoje eu sinto como se fosse jogar pela primeira vez’’, definiu.

‘’É demais! É um sonho sendo realizado. Se você tem um sonho, acredite nele, não desista! Não somos melhores e nem piores que ninguém, apenas diferentes. Somos todos incríveis!’’, concluiu o atleta de bocha Luiz Gustavo Aleixo de Andrade, 15, que recebeu a chama no meio do trajeto enquanto amigos e familiares comemoravam ao seu lado.

O reconhecimento aos participantes do revezamento da chama paralímpica não cessou até o último condutor receber a tocha no Forte do Presépio, ao lado da Casa das Onze Janelas e do palco onde estava a pira que, após a cerimônia, receberia apresentações de artistas da região.

Paulo Douglas de Oliveira Andrade, fisioterapeuta e coordenador do projeto Talentos Paralímpicos, do Centro de Referência Inclusão Educacional (Crie) foi quem acendeu a pira paralímpica no palco montado em frente à Casa das Onze Janelas. ‘’Ser o responsável por esse ato simbólico é emocionante. As paralimpíadas não são apenas jogos, mas exemplos de esperança, determinação e superação. Viva Belém, viva os jogos paralímpicos!’’, disse.

De Belém, a tocha segue para Natal. Depois percorre as cidades de São Paulo e Joinville (SC), até chegar ao Rio de Janeiro, onde ocorrem os jogos, a partir da próxima quarta-feira (7). Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), 285 atletas representarão o Brasil nos Jogos Rio 2016, disputando medalhas em mais de 20 modalidades esportivas.

Por Syanne Neno

 

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