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No Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o projeto Direitos Humanos em Cena, desenvolvido pela Coordenadoria de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), promoveu a oficina “Crimes virtuais – abusos sexuais na internet” para 60 estudantes do nono ano da escola estadual Zulima Vergolino Dias, em Ananindeua, região metropolitana de Belém.

Nesta semana, o projeto tem o apoio da Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado, da Polícia Federal. Os policiais Pedro Pelaes e Luís Alvarenga abordaram os perigos da intimidade compartilhada de forma excessiva na internet, além dos pontos positivos e negativos de se usar a rede mundial de computadores.

Os estudantes que participaram da oficina, na faixa etária de 13 a 15 anos, têm acesso à internet diariamente. Por esse motivo, segundo o policial federal Pedro Pelaes, é “preciso deixar claro que a internet facilita o acesso a material de estudos e o contato com parentes e amigos que estão longe, mas também pode ser usada para o cometimento de crimes, como o aliciamento de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual e o roubo de dados bancários”, exemplificou.

Para o estudante Adrian Sena, 14 anos, a principal novidade mostrada na oficina foi a descoberta dos canais disponíveis para denúncia. “Além de conhecer melhor os perigos e os benefícios da internet, também fiquei surpreso com os meios que a gente pode usar para fazer denúncias sobre exploração sexual de crianças e adolescentes, seja na web ou presencialmente. O principal deles é o Disque 100”, apontou o adolescente.

Para a estudante Ana Beatriz Poncion, 14, o assunto abordado é atual e faz parte do dia a dia das pessoas, mas o que mais chamou a atenção dela foram os exemplos levados pelos policiais federais durante a oficina. “Fiquei muito surpresa com o caso das meninas que cometeram suicídio depois que imagens íntimas foram divulgadas na internet e viralizaram”, destacou.

A assistente social da Sejudh Andrea Silva falou sobre a necessidade de os alunos discutirem o abuso e a exploração sexual na internet. “Como tudo na vida, a internet também precisa ser usada com moderação e responsabilidade. Essa oficina tem justamente a proposta de fazer dos alunos os agentes multiplicadores da prevenção e do combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na web”, disse.

A escola Zulima Vergolino Dias é uma das três escolas que participam do projeto Direitos Humanos em Cena, que usa a linguagem cinematográfica para discutir questões ligadas aos direitos humanos. Na quinta (19) e sexta-feira (20), as escolas Dona Helena Guilhon (no Conjunto Satélite, Belém) e Benjamin Constant (no Reduto) também receberão a oficina “Crimes virtuais – abusos sexuais na internet”.

Na próxima semana, para fechar o mês de discussões sobre o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, o filme “Anjos do Sol” será exibido em sessões nas três instituições de ensino. Após a exibição, os parceiros da Sejudh e os estudantes participarão de um debate, incluindo os assuntos abordados nas oficinas de todo o mês de maio.

No dia 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, estuprada e assassinada no Espírito Santo. O corpo da criança, carbonizado, apareceu seis dias depois. Os acusados pelo crime, jovens de classe média, nunca foram punidos. A data ficou instituída como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes pela Lei Federal nº 9.970/ 2000.

Por Leba Peixoto

 

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