Denise Alves (d) durante as aulas de piano com a professora Luzia Mara, também quer ensinar música
(Agência Pará de Notícias)
Cresce entre a juventude paraense o interesse pelo aprendizado da música clássica. No recente festival "Música das Américas", primeira fase do Festival Internacional de Música do Pará (Fimupa), um fato chamou a atenção dos organizadores: o número de jovens que assistiram às apresentações.
O fato é comprovado pelo superintendente da Fundação Carlos Gomes, o pianista Paulo José Campos de Melo. Ele explica que os jovens têm procurado a Fundação cada vez mais cedo. “A maioria entra aqui aos 7 anos e, quando chega aos 18 anos, já tem uma formação musical completa”, informa.
Segundo dele, o que desperta o interesse dos jovens é o fato de os cursos serem relativamente rápidos, e o amplo leque de oportunidades oferecido pela música. “Muitos deles terminam o curso e prestam concurso público para entrar nas bandas das Forças Armadas”, diz o superintendente.
Ele ressalta, também, que geralmente o despertar para a música começa em casa, por influência dos pais.
Tradição - No interior do Estado, a tradição musical é ainda mais forte, principalmente nos municípios de Vigia de Nazaré, São Caetano de Odivelas, Santarém, Bragança, Marabá, Ponta de Pedras, Santarém Novo e Soure. “Lá, geralmente as famílias montam quartetos, quintetos, e todos os membros da família tocam algum instrumento”, reitera Paulo José Campos de Melo.
Na casa do bragantino Rafael Corrêa, 21 anos, todos gostam de música. “Cresci vendo meus pais cantarem, tocarem violão, e acabei me apaixonando pela música”, conta Rafael, que decidiu estudar violoncelo. “Comecei com o violão, mas depois que aprendi a tocar violoncelo não quis outra coisa”, afirma.
Para se aperfeiçoar cada vez mais, Rafael viaja uma vez por semana de Bragança para Belém, para estudar na Fundação Carlos Gomes. “Foi o futuro que escolhi. Encaro como se fosse outra profissão qualquer. Por onde eu vou, levo meu instrumento de trabalho”, ressalta.
Com apenas 12 anos, Denise Alves também está certa de que a música é sua escolha profissional. “Já faço aulas há cinco anos e não pretendo parar. Meu sonho é poder me formar e me tornar uma grande professora de piano”, diz a menina.
Aos 17 anos, Bruna Cabral já cursa o Bacharelado em Percussão. “Sempre gostei de tocar bateria e, depois que comecei a fazer aulas no ‘Carlos Gomes’, descobri que queria me formar nesta área. Gostava de ver os professores ensinando, e agora tenho vontade de seguir o mesmo caminho”, conta Bruna.
A Fundação Carlos Gomes tem várias programações voltadas ao público jovem. Na última sexta-feira (26) foi realizada no Theatro da Paz a segunda edição do projeto "Concertos Didáticos", que tem como objetivo difundir a educação musical, estimular o interesse de crianças e adolescentes pela música e contribuir para a formação de plateias. Para este ano, estão programados 14 concertos.
Texto:
Bruna Campos - Secom